terça-feira, 26 de abril de 2011

Minimalismo e arte conceitual



Na década de 60, novos objetos que não eram nem escultura, nem pintura começaram a tomar o lugar das obras de arte modernas. O que quer que fossem causaram desconforto a alguns e interesse imediato de outros. Wood, em defesa destes trabalhos diz que aparência não é mais o que importava – pois tinham a intenção explícita de frustrar essa forma de olhar que se deliciava com relações complexas e composições engenhosas. Deveríamos perceber os processos de criação e os materiais utilizados. Começava uma mudança de paradigma, uma nova maneira de se identificar as obras de arte.
Na arte Minimalista, as relações internas que antes existiam nos objetos modernos desaparecem; objetos simples tomam este lugar e propõem a interação entre objeto, espectador e espaço.
Estas obras não são estruturas eloqüentes porque são muito simples formalmente. Porém são idéias interessantes porque deslocam nossa atenção para os materiais, para a relação que fazem com o espaço, com nós mesmos. Nosso olhar abre-se e não se limita à apreciação da forma que se apresenta – como ocorre amiúde com objeto independente e auto-suficiente do modernismo. Neste sentido, podemos dizer que as obras modernas são auto-suficientes porque não precisam de um conceito além da sua própria forma. Obras Pós-modernas, como as minimalistas, não apresentam tal plenitude formal. A arte pós-moderna é a ausência da plenitude – um caminho para a verdadeira “ausência da presença” (do objeto).
A Arte Conceitual desenvolvida nos anos 60 do século XX é o momento em que a arte se estabelece como produto do pensamento e da reflexão, e não na manufatura de objetos. Neste momento as características estéticas e materiais das obras tornam-se completamente irrelevantes e chegam a desaparecer no gesto e na idéia da própria obra.
Obras desmaterializadas começam a ser criadas. Algumas vezes surgiam apenas sugestões da obra de arte, como no trabalho de Weiner para a exposição When Attitudes become forms, que marcou a arte conceitual em Londres em 1969. O artista apenas deixou escrito, junto ao seu nome e ano:

“Algo está perto no tempo e no espaço, mas ainda não é conhecido por mim.”

Obras como esta, embora muitas vezes não se realizassem concretamente, ainda assim, se apresentavam ao espectador como possibilidade de contemplação, mesmo que imaginária. Mas houve um conceitualismo mais analítico, ligado principalmente ao grupo londrino Art & Language; estes foram mais literais e colocaram de fato a arte no terreno da linguagem propondo que a prática da arte estivesse intimamente ligada às práticas de leitura e de escrita. Sem voltar-se aos velhos problemas de superfície, efeitos e aparência.

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